Soltar pipa é, com certeza, uma brincadeira nostalgica que podemos reproduzir com os nossos filhos. Com uma linha, a garotada empina os “papagaios” fazendo malabarismos no céu.
Normalmente vamos a um descampado grande ou parques, onde podemos correr a vontade. Mas também é possível soltar pipa em um pequeno espaço, com menos de um metro. Tudo que você tem a fazer é ficar de costas para o vento e ir administrando a linha. Deixe um pouco de linha fora do carretel, tomando cuidado para não embolar. E quando a pipa for puxando, você vai liberando linha até ela ficar flutuando no céu, bem lá no alto.
Se você quiser que a pipa desça, puxe a linha para baixo. Se quiser que ela mova para a direita ou para a esquerda é só puxar para baixo (deixando a mão meio mole, tremendo) e ir para o lado desejado.
Mas atenção para alguns cuidados:
Não solte pipa nos dias de chuva, pois se houver relâmpagos no céu, você pode receber uma descarga elétrica, que pode ser fatal;
Cuidado com as antenas, existentes em quase todas as residências e os fios elétricos;
Não escolha linha metálica (fio de cobre ou bobinas), nem papel laminado para usar em sua pipa.
Não use cerol (mistura cortante de vidro moído e cola que se passa na linha com que se empinam papagaios ou pipas, a fim de que possa talhar a linha de outro papagaio ou pipa quando ambos estão no ar)
Abaixo, coloquei um tutorial de como montar uma pipa, tirado da revista Época. Aproveite com a molecada e divirta-se.
Chegou uma das épocas mais esperadas do ano: as férias de Julho.
Bem, talvez nem tanto pelos pais, que acabam se descabelando em busca de atrativos para a criançada.
Antes de mais nada, é importante entender que mesmo no período de férias, as crianças precisam de rotina. A completa falta de horários pode gerar desorientação e desamparo, portanto, uma das dicas legais é programar junto com as crianças uma rotina de brincadeiras.
Qual mãe/pai nunca passou pela experiência de sair correndo para tirar um objeto da boca da criança, principalmente se o pimpolho estiver com menos de 5 anos?
Pois é. Eu também sou mãe e sei bem como acontece.
A curiosidade natural da criança faz com que ela queira experimentar o sabor e a textura das coisas. Mais ainda, queira colocar objetos em qualquer “buraquinho” que encontra, principalmente na boca e no nariz. É exatamente neste ponto que precisamos de alerta.
O que é a aspiração de um corpo estranho?
A aspiração de corpo estranho é a entrada acidental de um objeto ou parte dele na via respiratória, causando obstrução parcial ou total da entrada de ar. Ocorre principalmente em bebês e crianças pequenas (84% em menores de 5 anos. A gravidade da situação dependerá do grau de obstrução que o objeto causou. Um episódio testemunhado que envolve engasgo, seguido de acesso de tosse, muitas vezes acompanhada de lábios roxos (principalmente em uma criança previamente saudável), é bastante sugestivo de aspiração.
Quais os objetos mais comumente aspirados?
Certas características, incluindo forma, tamanho e consistência (de certos brinquedos e alimentos) aumentam o seu potencial para causar obstrução. Os objetos mais comumente aspirados são: alimentos (pipoca, nozes, amendoim, milho, feijão, salsichas e ossos ou fragmentos de ossos), peças de brinquedos, bolinhas, moedas, tampas de canetas, tachinhas, pinos, clipes de papel, unhas, parafusos, balas e bexigas (essa última, geralmente fatal). Por isso, fique atento: os brinquedos colocados à disposição devem ser suficientemente grandes, com pelo menos 3cm de diâmetro e 6cm de comprimento, para que não possam ser engolidos ou aspirados.
Como perceber se está diante de um caso desse tipo?
Assim que ocorre o engasgo, há uma tosse reflexa na tentativa de expulsar o objeto da via aérea. Se ocorre a aspiração e o objeto não fez obstrução completa da via aérea, geralmente ocorre uma dificuldade respiratória, respiração ruidosa (estridor), lábios roxos, chiado. Nesse caso, não tente retirar o objeto e leve a criança imediatamente ao hospital. Atenção: nesses casos ao tentar retirar o objeto com dedos (às cegas na boca), chacoalhando a criança ou batendo nas costas, por exemplo, pode-se fazer com que o objeto se movimente e obstrua completamente a via aérea. É importante observar a evolução do quadro, pois após esses sinais iniciais, pode haver um período de horas a semanas de pouco ou nenhum sintoma, quando eles reaparecem.
Importante: se em algum momento a aspiração bloquear completamente a entrada de ar, será possível perceber que a criança não consegue emitir nenhum som, nem tossir. Trata-se de uma situação de extrema urgência, com risco de morte imediata. Nesses casos, o pai ou responsável deve realizar as manobras de desobstrução, conforme a idade da criança.
O que fazer se a criança for muito pequena (menos de 1 ano)?
Se a criança tiver menos de 1 ano, o pai ou responsável deve apoiar o bebê no braço, com a cabeça mais abaixo que o corpo, tendo o cuidado de manter a boca do bebê aberta. Em seguida, deve aplicar cinco batidas com o “calcanhar” da mão nas costas do bebê, na região entre as escápulas. Depois, virar o bebê com a barriga para cima, mantendo a inclinação original e a boca aberta, e iniciar cinco compressões no osso do peito da criança, logo abaixo da linha imaginária traçada entre os mamilos. Repita esse ciclo até o bebê expelir o objeto ou desmaiar.
Veja neste vídeo explicativo, retirado do canal do youtube “Eu amo meu bebê”, a enfermeira socorrista Letícia Spina Tapia demonstrando a manobra:
E como agir no caso de crianças com mais de 1 ano?
Nos bebês maiores de 1 ano, recomenda-se a Manobra de Heimlich. Para tanto, o pai ou responsável deve se posicionar atrás da criança, avisando-a da ajuda e iniciar as compressões. Depois, apoiar a mão fechada em punho, encoberta pela outra, entre o umbigo e a extremidade inferior do osso do peito da criança e realizar compressões em trancos para dentro e para cima, até que a criança consiga expelir o objeto ou desmaie.
Se a criança que aspirou um objeto ficar inconsciente, o que fazer?
Caso a criança, maior ou menor de 1 ano, ficar inconsciente são recomendados os seguintes passos:
1) Acionar um serviço de emergência (se estiver sozinho, sem acesso a um telefone celular, deixe a criança e vá até um telefone; após, retorne rapidamente);
2) Colocar a criança deitada e fazer duas respirações boca a boca;
3) Mesmo expelindo o corpo estranho com as manobras, levar a criança a um serviço de emergência;
4) Abrir a boca e ver se o objeto foi expelido. Se não, faça 30 compressões no tórax e abrir a boca novamente. Se o objeto tiver sido expelido, retire-o cuidadosamente com os dedos em forma de pinça e faça mais duas ventilações boca a boca. Repetir o procedimento até o socorro chegar ou a criança voltar a respirar.
Como prevenir casos de aspiração de corpo estranho?
Há uma série de medidas preventivas que podem ser tomadas em casa ou na escola e que podem ajudar a evitar esses problemas. Entre elas, estão:
1) Ensinar a criança a não colocar pequenos objetos entre os lábios ou na boca;
2) Certificar-se de que os brinquedos estão em boas condições e são adequados à idade;
3) Comprar brinquedos adequados à idade da criança e certificados pelo INMETRO;
4) Oferecer alimentos bem cortados e em pequenas quantidades para evitar que as crianças coloquem muita comida na boca;
5) Ensinar as crianças a mastigar bem seus alimentos. Sentar-se e comer com elas para dar o exemplo, sendo um modelo positivo, mastigando bem os alimentos e comendo lentamente;
6) Não dar alimentos duros e crocantes (como pipocas, doces duros, amendoins, etc.) a uma criança até que tenham pelo menos 4 anos de idade;
7) Ter muito cuidado com alimentos que possam se amoldar na via aérea (uvas, tomate cereja);
8) Certificar-se de que a criança esteja acordada e bem alerta antes de oferecer comida;
9) Nunca dar ou deixar que a criança ou bebê se alimente deitado;
10) Não oferecer nada para a criança comer ou beber enquanto estiverem andando, brincando, falando, chorando, etc.
Graduada em Medicina pela Fundação Universitária Regional de Blumenau - SC (FURB), Especialização em Pediatria pela Universidade Estadual de Londrina - PR (UEL) e Pós-Graduada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia - ABRAN.